A evolução das estradas mineiras
Séc XVII e XIX - As primeiras estradas de Minas
Durante todo o século XVIII e parte do XIX, as Estradas Reais foram os principais troncos viários que possibilitaram o desenvolvimento urbano de vilas e arraiais, consequentemente, da economia, através do comércio e da implantação das primeiras indústrias, assim como a proximidade com a corte ajudou na criação de um pólo cultural na região centro-sul do território.
Em 1841, com a necessidade de construir um caminho melhor de Porto da Estrela-RJ a Petrópolis, surgiu a Estrada Normal da Serra da Estrela, que pode ser percorrida até hoje. A estrada era a principal via para se chegar às Minas Gerais e tinha grande importância econômica.
Em 1861, nascia a Estrada União e Indústria, cuja receita provinha da cobrança de pedágio por mercadoria, mais precisamente por burro carregado. Os trabalhos da estrada tiveram início em 1856, sendo inaugurada por D. Pedro II em 23 de junho de 1861. Através desta estrada, construída com pedra britada, saibro e recalque de cilindro, unindo Petrópolis a Juiz de Fora, era possível percorrer seus 144 quilômetros à fantástica velocidade de 20 km/h nas diligências da época.
1923 a 1945 - Inspetoria-geral de estradas
A construção e a conservação de estradas de rodagem passaram a ser de responsabilidade dos municípios, ficando para o Estado apenas as consideradas mais importantes sob o critério político.
A utilização de um sistema descentralizado comprometia a eficácia do sistema de transportes nos estados. Como primeira solução para resolver o problema, foi criada a Inspetoria-geral de estradas, subordinada à Secretaria de Viação e Obras Públicas.
Em 1945, o crescimento do Estado e a necessidade de interligar os municípios mineiros obrigaram a Secretaria a sofrer uma nova reorganização, criando o que seria o embrião do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais.
Com a criação do Fundo Rodoviário Nacional, pelo Governo Federal, em 1945, disponibilizando auxílio financeiro aos Estados, a fundação de um departamento ou repartição de estradas de rodagem tornou-se inevitável.
1946 - Criação do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais
Ainda na sede da Secretaria de Viação e Obras Públicas, nascia, em 04 de maio de 1946, como pessoa jurídica e autonomia financeira e administrativa, o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais, que seria o responsável pelo gerenciamento da parcela do Fundo Rodoviário Nacional, que cabia ao estado de Minas Gerais.
Seu primeiro diretor-geral foi o engenheiro Randolfo Trindade. Os primeiros técnicos não contavam com infraestrutura adequada para o trabalho, como aparelhagem e recursos financeiros suficientes e específicos para a área. Somente o trabalho árduo e criativo de cada um, permitiu transformar a realidade do rodoviarismo mineiro.
Registros da época dão conta de que a rede rodoviária recebida pelo DER-MG era formada por estradas "carroçáveis" e/ou de "estiagem", pois somente podiam ser utilizadas durante o período seco.
1953 - Inaugurada a Sede do DER-MG
O orçamento do DER-MG, que entre 1950/1951 havia aumentado em 9,3%, foi acrescido em 282% entre 1951/1952, a fim de possibilitar a viabilização das obras e aquisição dos equipamentos necessários.
Iniciaram-se, também, as pesquisas e ensaios técnicos de tipos de pavimentos econômicos, duráveis e resistentes, adequados às rodovias de Minas Gerais. O DER-MG se desenvolveu rapidamente e ganhou uma importância e dimensão tão grandes que, em 1953, foi inaugurada a sua Sede, com a presença do então Governador Juscelino Kubitscheck, que recebeu, na ocasião, o título de patrono do órgão.
Com base no Plano Rodoviário Nacional foi criado o Plano Rodoviário Estadual, que estimava a construção de uma malha de 12 mil quilômetros. Focado nessa meta, o DER-MG transformou Minas Gerais em um grande canteiro de obras para a construção de estradas que ligariam entre si os principais pontos urbanos do estado.
Anos 60 e 70 - Tecnologia aprimora caminhos
Entre 1964 e 1967, muitas alterações se verificaram em nível de qualidade e inovação de tecnologias.
Na década de 70, o órgão trabalhava na construção das estradas mineiras no mesmo ritmo que o "milagre econômico brasileiro" chegava ao seu apogeu.
Na época, o DER-MG contava com 30 Coordenadorias Regionais que se reportavam diretamente ao diretor-geral, provocando uma sobrecarga em suas atribuições. Para equacionar a situação e adequar-se à nova realidade, diversos modelos estruturais administrativos foram implantados.
Anos 80 e 90 - Mais de 1000 quilômetros em novas rodovias no Vale do Jequitinhonha e o transporte metropolitano
Com empréstimos internacionais, o DER-MG manteve suas máquinas trabalhando nos anos 80. Apenas no Vale do Jequitinhonha foram implantados mais de mil quilômetros de novas rodovias.
Nos anos 90, com a extinção da Transportes Metropolitanos - Transmetro, além do gerenciamento do transporte intermunicipal mineiro, o DER-MG passou a ser responsável, também, pelo gerenciamento do transporte coletivo na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O DER-MG chegou à essa década com uma estrutura operacional composta da Sede e por 40 Coordenadorias Regionais, distribuídas por todas as regiões de Minas Gerais.
Anos 2000 - Minas Gerais tem malha viária aproximada de 24 mil quilômetros de extensão
Em 2016, o DER/MG incorporou às suas atividades, as funções e o corpo de servidores do Departamento de Obras Públicas de Minas Gerais - DEOP/MG e passou a se chamar Departamento de Edificações de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais - DEER/MG. Porém, em 2020, por meio da Lei 23.553, sem que houvesse alterações de suas atribuições, a sigla do órgão voltou a ter apenas um "E", DER-MG.
Em 2023, todos os setores da Sede do Departamento passaram a funcionar na Cidade Administrativa de Minas Gerais (CAMG) e os prédios da Avenida dos Andradas foram tombados como Patrimônio Histórico e Cultural do Municipio de Belo Horizonte.
Com um corpo técnico altamente qualificado, composto por cerca de 1500 servidores, o DER-MG está presente em todo o Estado. Além da Sede em Belo Horizonte, são 40 Unidades Regionais que desenvolvem atividades relativas à construção e manutenção de estradas e rodovias, fiscalização, educação para a segurança no trânsito, bem como à elaboração, em consonância com as diretrizes estabelecidas pela Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), estudos, pesquisas e projetos que visam melhorias no tráfego e no trânsito.